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Mostrando postagens de outubro, 2020

Aos cuidados do Mar

Na minha cabeça eu sempre acho que estou certa sobre absolutamente tudo. Eu mantenho um sistema de avaliação de danos e possibilidades que me faz trabalhar com os piores cenários e estar preparada para todos eles. Mas eu acho que não estava preparada pro melhor cenário. Com certeza eu não estava, não estava preparada pra ser feliz. No começo eu morria de medo de tudo, de me apegar demais à você, à nossa vida, me apegar a te ter em casa todos os dias. Eu simplesmente não me permitia me apegar a essas coisas, imagina se acabar?  Meu deus eu não posso me permitir à isso ! A gente sabe quais são os nossos limites e meus cacos jogados no chão não é algo que eu quisesse lidar, porque por mais que tenha essa historinha de sol refletindo nos cacos e brilhando, foda-se! Eu não me permiti por medo e talvez esse seja um dos sentimentos que você mais odeia e um dos que eu mais sinto: medo. Em algum momento dessa ode eu perdi o medo e me permiti. Me permiti te amar sem o pé atrás, me permiti

Mãe

  Se ela soubesse o quanto me fez mal Se ela soubesse o quanto o seu amor me fez falta Se ela soubesse o quanto eu o busquei em outros lugares, outras pessoas, outras vidas Se ela soubesse que o único bem que me fez foi me dar vida e nem sempre sou grata à isso Se ela soubesse do quanto eu tive medo.   Se eu soubesse de todas as angústias dela Se eu soubesse de todos os medos dela Se eu soubesse quanto ela tentou, mas não soube o que fazer Se eu soubesse o quanto ela tentou fazer certo, mas não sabia como Se eu soubesse que tudo que ela me deu foi tudo que ela podia me dar Se eu soubesse que assim como eu ela tinha medo.   Talvez, quem sabe talvez, a gente poderia se perdoar.   Angélica Justino

Visitante 🌻

Eu naquela manhã de sábado havia decidido que iria arrumar a bagunça instaurada na minha casa. Havia algum tempo que não me dedicava à função e decididamente tudo estava uma zona. Comecei o dia tomando café da manhã e deliberei que começaria a faxina pela área da frente. Enquanto jogava água no chão empoeirado você bateu palmas. Seria mentira se eu dissesse que com certeza iria atendê-lo. Apesar de ter acordado com um bom humor tão raro naqueles dias eu ainda tinha o péssimo hábito de ignorar visitantes não anunciados. Mas eu estava na área e você já havia me visto, não vi outra solução se não atende -lo. Era uma manhã fresca como aquelas que só se tem após uma noite chuvosa. No portão você se apresentou com um sorriso misterioso de quem tinha coisas interessantes à dizer. Bem vestido, bem alinhado e com um perfume gostoso. Inicialmente pensei que você fosse de alguma religião e estivesse ali para me converter. Eu disse: - Bom dia - o que refletia meu bom humor raro - e em que po