Ah, o dia em que você foi embora! Era fevereiro, ou talvez fosse março? Estava calor, mas talvez estivesse nublado. Com certeza era Carnaval! Ou será que foi depois? Foi em março, mas seria de que ano? O dia foi um dia, mas talvez tenham sido dois ou mais. Me lembro da despedida, ah a despedida! Com certeza eu entrei em um ônibus! Mas também me lembro de ter entrado em um Uber (ou foram dois?). Com certeza você entrou no Uber e eu da calçada te olhei partir, ou será que foi o contrário? Me lembro de partir e te ver na calçada, imóvel, indecifrável, quase um mármore diante do vidro da janela. Mas também me lembro de pela mesma janela ter te visto desmanchar e lá da calçada me jogar um pedaço seu pra que eu levasse comigo nessa despedida. Com certeza foi uma despedida! E que despedida! Você na calçada ou era eu? Mas tinha uma janela no meio, ah isso eu posso afirmar com toda a certeza! De fato, tinha uma janela. Duas coisas eu tenho certeza, foi uma despedida e havia uma
Não é como se eu tivesse acordado na data de hoje e de repente percebido que as maiores conversas que eu tenho são comigo mesma. É um processo que vem se arrastando há alguns anos, mas hoje foi que percebi as cores desse fato. Também não é como se não houvesse assuntou ou como se não houvesse plateia, acho que depois de certo momento a gente passa a viver mais pra dentro. Perceber que você é a sua melhor companhia é libertador e solitário. Perceber que eu me basto foi a melhor coisa que eu fiz por mim nos últimos 10 anos, minha companhia é excelente. Também não é que eu fuja de outras pessoas e me tranque em casa com meus 12 gatos, não eu também sinto carência, eu também me apaixono, eu também tenho libido, mas aos 29 anos eu sei tudo passa. Tudo passa nada melhor que um papo consigo mesma. A gente vai aprendendo a viver sozinho desde que a gente nasce, cada minuto da nossa vida a gente passa aprendendo a ser suficiente pra si mesmo. A primeira coisa que a ge