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See you 🌞

      Ah, o dia em que você foi embora! Era fevereiro, ou talvez fosse março? Estava calor, mas talvez estivesse nublado. Com certeza era Carnaval! Ou será que foi depois? Foi em março, mas seria de que ano? O dia foi um dia, mas talvez tenham sido dois ou mais.      Me lembro da despedida, ah a despedida! Com certeza eu entrei em um ônibus! Mas também me lembro de ter entrado em um Uber (ou foram dois?). Com certeza você entrou no Uber e eu da calçada te olhei partir, ou será que foi o contrário? Me lembro de partir e te ver na calçada, imóvel, indecifrável, quase um mármore diante do vidro da janela. Mas também me lembro de pela mesma janela ter te visto desmanchar e lá da calçada me jogar um pedaço seu pra que eu levasse comigo nessa despedida.      Com certeza foi uma despedida! E que despedida! Você na calçada ou era eu? Mas tinha uma janela no meio, ah isso eu posso afirmar com toda a certeza! De fato, tinha uma janela. Duas coisas eu tenho certeza, foi uma despedida e havia uma
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Aos 29 anos a vida é um monólogo…

     Não é como se eu tivesse acordado na data de hoje e de repente percebido que as maiores conversas que eu tenho são comigo mesma. É um processo que vem se arrastando há alguns anos, mas hoje foi que percebi as cores desse fato.      Também não é como se não houvesse assuntou ou como se não houvesse plateia, acho que depois de certo momento a gente passa a viver mais pra dentro. Perceber que você é a sua melhor companhia é libertador e solitário. Perceber que eu me basto foi a melhor coisa que eu fiz por mim nos últimos 10 anos, minha companhia é excelente.      Também não é que eu fuja de outras pessoas e me tranque em casa com meus 12 gatos, não eu também sinto carência, eu também me apaixono, eu também tenho libido, mas aos 29 anos eu sei tudo passa. Tudo passa nada melhor que um papo consigo mesma.      A gente vai aprendendo a viver sozinho desde que a gente nasce, cada minuto da nossa vida a gente passa aprendendo a ser suficiente pra si mesmo. A primeira coisa que a ge

Visitas

Eu havia finalmente concluído a faxina. Sabe aquela sensação de plenitude de quando você termina de limpar a casa e anda de meias? Um cheirinho delicioso de limpeza e a sensação de paz e tranquilidade. Decididamente a casa estava limpa, não só limpa como organizada. Foi uma faxina longa e trabalhosa, olhar pro resultado final me fez sentir orgulho de mim mesma. - Caralho! Finalmente eu consegui! E ali sentada no chão da cozinha tomando um vinho foi que me veio: - Eu quero receber visitas? E a resposta me veio tão fácil como escolher os tapetes: - Poxa brother, não quero ninguém bagunçando geral não, pelo menos não agora, acho que vou curtir mais um pouco. Coloquei mais um pouco de vinho na taça, aumentei o volume de Ponta de lança do Rincon Sapiência e ignorei quem quer que estivesse me chamando no portão.

Aos cuidados do Mar

Na minha cabeça eu sempre acho que estou certa sobre absolutamente tudo. Eu mantenho um sistema de avaliação de danos e possibilidades que me faz trabalhar com os piores cenários e estar preparada para todos eles. Mas eu acho que não estava preparada pro melhor cenário. Com certeza eu não estava, não estava preparada pra ser feliz. No começo eu morria de medo de tudo, de me apegar demais à você, à nossa vida, me apegar a te ter em casa todos os dias. Eu simplesmente não me permitia me apegar a essas coisas, imagina se acabar?  Meu deus eu não posso me permitir à isso ! A gente sabe quais são os nossos limites e meus cacos jogados no chão não é algo que eu quisesse lidar, porque por mais que tenha essa historinha de sol refletindo nos cacos e brilhando, foda-se! Eu não me permiti por medo e talvez esse seja um dos sentimentos que você mais odeia e um dos que eu mais sinto: medo. Em algum momento dessa ode eu perdi o medo e me permiti. Me permiti te amar sem o pé atrás, me permiti

Mãe

  Se ela soubesse o quanto me fez mal Se ela soubesse o quanto o seu amor me fez falta Se ela soubesse o quanto eu o busquei em outros lugares, outras pessoas, outras vidas Se ela soubesse que o único bem que me fez foi me dar vida e nem sempre sou grata à isso Se ela soubesse do quanto eu tive medo.   Se eu soubesse de todas as angústias dela Se eu soubesse de todos os medos dela Se eu soubesse quanto ela tentou, mas não soube o que fazer Se eu soubesse o quanto ela tentou fazer certo, mas não sabia como Se eu soubesse que tudo que ela me deu foi tudo que ela podia me dar Se eu soubesse que assim como eu ela tinha medo.   Talvez, quem sabe talvez, a gente poderia se perdoar.   Angélica Justino

Visitante 🌻

Eu naquela manhã de sábado havia decidido que iria arrumar a bagunça instaurada na minha casa. Havia algum tempo que não me dedicava à função e decididamente tudo estava uma zona. Comecei o dia tomando café da manhã e deliberei que começaria a faxina pela área da frente. Enquanto jogava água no chão empoeirado você bateu palmas. Seria mentira se eu dissesse que com certeza iria atendê-lo. Apesar de ter acordado com um bom humor tão raro naqueles dias eu ainda tinha o péssimo hábito de ignorar visitantes não anunciados. Mas eu estava na área e você já havia me visto, não vi outra solução se não atende -lo. Era uma manhã fresca como aquelas que só se tem após uma noite chuvosa. No portão você se apresentou com um sorriso misterioso de quem tinha coisas interessantes à dizer. Bem vestido, bem alinhado e com um perfume gostoso. Inicialmente pensei que você fosse de alguma religião e estivesse ali para me converter. Eu disse: - Bom dia - o que refletia meu bom humor raro - e em que po

Aos que fiz durante esses longos anos de graduação...

Em primeiro lugar gostaria de parabenizar meus colegas pela conquista. Foram longos anos de sofrimento, noites viradas, relatórios intermináveis e seminários sem fim, mas graças a garra e perseverança de cada um esse momento finalmente chegou! Como vocês bem me conhecem não farei um discurso bonito e motivador. Mas ainda sim peço alguns minutinhos de suas atenções. A reflexão fica ao acaso de seus pontos de vista. Estive a pensar: se crescer não é sobre destino e sim sobre jornada gostaria de lhes perguntar porque diabos o caminho precisava ser tão maçante? E como foi não é mesmo? Com o passar dos semestres, jogar colegas e professores da escadaria da química passou a se tornar cada vez mais atrativo. Chorar com o cardápio do RU e ao pegar as notas de Geral 2 se tornaram coisas comuns. Fizemos tantas amizades, amores e ranços.... Ah os ranços! Li em uma frase bonita que diz: “ o sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo” . E de fracasso a gente entende bem não