Eu sou tóxica bebê. Você dúvida? Te desafio a estar ao meu lado
por algum tempo, não só estar ao meu lado. Te desafio a gostar de mim e me
fazer gostar de você. Inicialmente tudo é lindo e rosas, na sequência da
tragédia grega eu faço você se sentir infinitamente mal por motivos que ao meu
ver são plausíveis e coerentes, não que os motivos sejam banais.
Na verdade os motivos de eu fazer você se sentir mal são bem
fortes e reais, muitas pessoas diriam que passiveis de se causar sofrimento,
mas meu senso de sempre achar que estou certa não vem ao caso, muito menos meu
dedo podre muito discutido entre amigos.
Esse post é sobre a minha toxicidade. Eu sou tipo o elemento
químico rádio que antes da descoberta da radioatividade era utilizado como
corante para relógios por ser fluorescente e ter uma linda cor esverdeada. Quem
não adora um relógio fluorescente? O problema foi os efeitos adversos de seu
uso, assim como o Rádio eu causo náuseas, vômitos, seguidos de diarreia, dores
de cabeça e febre, além de fortes dores emocionais e tendência a ouvir músicas badvibes.
Outro efeito recorrente de quem é exposto a mim é a constante alteração
entre block/unblock das redes
sociais, em geral quem está profundamente contaminado oscila bastante entre
esses dois estados, mas ai o pessoal me pergunta “mas porque você é assim?”
Meus leitores amados assim como não sabemos se existe vida após a
morte ou se o Brasil um dia será livre da corrupção, a origem da minha
toxicidade é desconhecida, poderia eu tentar resolvê-la? Oh God knows I’m trying, mas assim como entender a utilidade de um spinner retirar tanta radioatividade de
meu núcleo instável é quase que impossível de se tornar um lindo bário ou
sódio, não sem me partir em vários decaimentos emanado radiação pra todos os
lados.
Por fim concluo que não há conclusões, ser tóxica não é algo que
eu queria, apenas algo que aconteceu, algo que tento fugir de ser. Logo aos
intoxicados ou aos que ainda sim se aventuram em me conhecer deixo meu aviso de
“DANGER ☠” e recomendo o
uso de EPI’s.
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